Caros colegas grevistas,
Outro golpe
no movimento grevista docente
está sendo forjado pelos
agentes da burocracia
conservadora da UFPE.
Na última semana, chegaram
informações na reunião
do Comando Local de
Greve de que “agentes”
investidos de cargos
de poder estão mobilizando
professores de vários
centros para organizar
um “plebiscito” com
o objetivo de pôr
fim à greve dos
docentes da UFPE.
Isso por fora da
instância decisória
maior da
ADUFEPE, que é
a Assembleia Geral.
Entendo
que essa movimentação
reacionária é um
ataque que pretende atingir
não apenas a greve,
mas a entidade de
representação dos docentes,
construída historicamente,
com muita luta, desde
os tempos do regime
ditatorial, não podendo
ser afrontada desta maneira.
É lamentável que, a
essa altura da greve,
professores defendam essa
proposta destrutiva
da universidade pública
brasileira e os
métodos sujos que
o governo Dilma está
utilizando. Afinal de
contas a UFPE é
“plural”, e não
apenas plural, é eivada
pela contradição entre
projetos de universidade
e de sociedade. Entretanto, não
podemos nos furtar
a agir contra essa
tentativa de desmantelamento
sindical, receita utilizada
pelos governos neoliberais
no mundo inteiro, como
forma de quebrar os
instrumentos de luta
dos trabalhadores e
impor sua lógica privatista,
produtivista e desumanizadora
nas fábricas, empresas
e instituições públicas.
O projeto
do Governo Dilma para
a universidade brasileira
vem sendo desmascarado
pelo movimento docente organizado
nos sindicatos, que resiste
bravamente ao modelo
privatista. O braço
sindical lacaio do
governo Dilma, o
PROIFES, foi atropelado
por suas bases, mas
seu espírito golpista permanece
vivo em alguns setores
da UFPE que, ao
que parece, querem ressuscitá-lo.
Precisamos resistir a
mais esse ataque!
Não faço
parte da direção da
ADUFEPE, nem apoiei
a chapa que venceu
as últimas eleições. Mas
reivindico e defendo
a importância da
entidade, as regras
constantes no seu
regimento e a
cultura política democrática
em permanente construção
pelo movimento docente. A
tentativa de professores
que não entraram na
greve, saírem dela através
do golpismo burocrático,
construindo eventos paralelos,
abre espaço para outras
formas de autoritarismo
disfarçado de democracia,
sem espaço para o
debate público aberto.
Estamos
em um momento fantástico
da greve nacional dos
docentes da IFES. A maioria
das universidades brasileiras,
confirmam a disposição
de permanecerem em
greve. Ultrapassamos o
dia 31 de agosto e
o governo encaminhou
o PL da Carreira
Docente para a
Câmara Federal. Audiências
públicas sobre o
tema estão sendo iniciadas
no Congresso Nacional e
nas assembleias legislativas
nos estados do Brasil
inteiro. O governo
federal fechou a
porta para não debater
o projeto. Agora o
debate é público e
outros agentes entram em
cena. As portas do
Congresso Nacional são
abertas ao povo.
Emendas podem ser
propostas ao PL
da Carreira. A oposição
vai esquentar o debate.
Se sairmos da greve
perderemos essa oportunidade
histórica de aprofundar
o debate sobre a
Educação e a
Universidade Pública, Gratuita
e de Qualidade
para o Brasil.
Jamerson
Antônio de Almeida da
Silva
Prof.
da UFPE/Centro Acadêmico
do Agreste
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