segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O vivaldino de Angelim



Heitor Scalambrini Costa
Cidadão recifense e professor da Universidade Federal de Pernambuco


Diz-se que um indivíduo é vivaldino quando é muito vivo, bem esperto. É uma pessoa que pratica a “lei de gerson”, quer levar vantagem em tudo.

Será esse o conceito que ficará “colado” em um desconhecido, que por ser ungido a deputado estadual e depois a prefeito da cidade do Recife pelo seu padrinho político, bem quisto pela população recifense, acabou sendo eleito prefeito do Recife?


Na sua biografia disponível, é possível saber que já aos 8 anos começou a ajudar seu pai, pequeno comerciante no município de Angelim, dono de um mercadinho. Portanto de origem simples, classe média. Tornou-se engenheiro agrônomo (controvérsias existem se finalizou ou não o curso) e cursou administração, em universidades publicas do Recife. Entrou no mundo da política estudantil, e se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT). Começou então sua vida política partidária com seu quase eterno padrinho político um ex-prefeito, dono de 2 mandatos consecutivos. Acabou rompendo esta parceria logo depois de tomar posse em 2008 como prefeito eleito, em um episódio até hoje guardado a sete chaves pelos próprios personagens deste episódio.


Ao longo do seu mandato, foi se afastando (foi afastado) dos próceres mandatários petistas do Estado, chegando a situação de ter seu desejo de se candidatar para mais um mandato impedido pela cúpula nacional do PT. A partir daí tornou-se um “traira” do próprio partido que o acolheu. Não apoiou o candidato oficial de seu partido. Mas debaixo dos panos, apoiou o candidato de outro partido, que ao vencer as eleições lhe abriu as portas para as tradicionais e manjadas indicações de nomes para compor o primeiro, segundo, terceiro e quarto escalão. Uma vez traira, .....

Nestes quatro anos em que (des)governou a capital pernambucana, marcas profundas deixou como legado. Desnecessárias aqui mencionar, pois são vistas “a olhos nus” por toda cidade. Sendo ao meu ver, a mais desastrosa para os moradores da capital, sua relação promiscua com as empreiteiras. A elas tudo foi permitido, em detrimento da qualidade de vida das pessoas que habitam Recife. Sua administração foi desastrosa, não só pelo que podemos ver, ouvir e sentir; mas também pelo total descompromisso pelo planejamento, por um olhar para o Recife do amanhã. Obviamente a equipe que montou, seus auxiliares, ajudou muito nesta tarefa, que soube com maestria executar.

Neste final de mandato, o balanço feito de seus 4 anos de governo municipal, divulgado e propagandeado pelos órgão da grande imprensa pernambucana, é um acinte a inteligência dos homens e mulheres de boa fé desta cidade. O que grupos econômicos aliados a administração municipal se beneficiaram nestes 4 anos perdidos, infelizmente, somente dentro de alguns anos serão desvendadas (?). Mas aí, quem sabe o chefe destes desmandos não conseguiu um mandato de deputado, e poderá assim se safar das acusações que certamente serão feitas a ele, até talvez, por enriquecimento ilícito.

Infelizmente o município de Angelim, situado na agreste na região de Garanhuns, a 200 km de Recife, será lembrado por um filho seu, que foi pela voz do povo, considerado o pior prefeito que Recife já teve nos últimos 30 anos (pelo menos). Já vai tarde, meu caro.


Meus agradecimentos ao leitor do Blog, Pedro Gomes pela inspiração do titulo do artigo.

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