JOSÉ LUIS SIMÕES DOUTOR EM EDUCAÇÃO, VICE-PRESIDENTE DA
ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UFPE
Do ponto de vista dos professores, ainda não é
possível responder prontamente esta questão. A última greve geral nas IFES
(Instituições Federais de Ensino Superior) foi em 2005 e teve duração de
aproximadamente três meses. O segundo semestre letivo de 2005 foi comprometido,
formandos daquele período tiveram que adiar colação de grau, e especialmente o
acesso ao mercado de trabalho em suas respectivas profissões.
Recapitulando minha experiência pessoal, iniciei as atividades docentes nesse período turbulento, em novembro de 2005, na Universidade Federal de Pernambuco. Com as aulas paralisadas e os docentes de braços cruzados, restou-me, na condição de neófito, observar os debates nas assembleias de docentes, contudo, sem entender claramente o que estava em pauta e que caminho o movimento grevista iria tomar.
Em suma, o calendário acadêmico reiniciou com atraso em 2006 e só voltaria a normalizar em 2008. Em março de 2008 o governo federal assinou acordo com uma parte do movimento docente (a categoria se organiza em duas alas: Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior- ANDES - e PROIFES - Fórum dos Professores das IFES). Esse acordo garantiu reposição inflacionária e um tímido ganho real no contracheque para os anos de 2008, 2009 e 2010.
Recapitulando minha experiência pessoal, iniciei as atividades docentes nesse período turbulento, em novembro de 2005, na Universidade Federal de Pernambuco. Com as aulas paralisadas e os docentes de braços cruzados, restou-me, na condição de neófito, observar os debates nas assembleias de docentes, contudo, sem entender claramente o que estava em pauta e que caminho o movimento grevista iria tomar.
Em suma, o calendário acadêmico reiniciou com atraso em 2006 e só voltaria a normalizar em 2008. Em março de 2008 o governo federal assinou acordo com uma parte do movimento docente (a categoria se organiza em duas alas: Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior- ANDES - e PROIFES - Fórum dos Professores das IFES). Esse acordo garantiu reposição inflacionária e um tímido ganho real no contracheque para os anos de 2008, 2009 e 2010.
Já na campanha salarial de 2011, o governo federal selou acordo com o movimento docente no mês de agosto (desta vez, com aval das duas alas do movimento), garantindo reajuste de 4% a partir de março de 2012, incorporação de uma gratificação ao vencimento básico e compromisso de reestruturar as carreiras do magistério superior e ensino básico, técnico e tecnológico.
Diferentemente do acordo firmado em 2008, para cumprir o acordo de 2011 o governo não encaminhou a implementação do reajuste de 4% através de Medida Provisória, mas, enviou um Projeto de Lei ao Congresso Nacional e, portanto, numa perspectiva otimista, o reajuste e a incorporação da gratificação aparecerão nos contracheques dos docentes somente a partir de julho de 2012. Além disso, ainda não houve avanços significativos nas reuniões entre governo federal, ANDES e PROIFES na direção de acordar uma proposta de reestruturação das carreiras dos docentes das IFES.
Em suma, o cenário atual é de incerteza e alerta. Se educação realmente for prioridade para o governo federal, o avanço nas negociações acontecerá. Caso contrário, a categoria docente poderá se insurgir, afinal, em 2011 tivemos 6,7% de inflação e 0% de reajuste salarial.
Aguardamos com ansiedade a reestruturação da carreira dos docentes das IFES e a implementação do reajuste, porque não queremos marchar na direção da greve, pois isso prejudica os alunos, as pesquisas, o calendário acadêmico da universidade e toda sociedade. Todavia, entendemos que greve sempre foi e sempre será um instrumento de luta e defesa dos trabalhadores, portanto, não ficaremos inertes, assistindo passivamente nossos salários em processo de corrosão e nossa categoria sendo desprestigiada pelo governo federal.
Enquanto categoria profissional consciente e politizada, opinamos que está mais do que na hora do governo colocar o discurso em prática, valorizar e reconhecer a importância social dos professores, afinal, como dizia o sociólogo Pierre Bourdieu (1930-2002), o reconhecimento social de qualquer profissional é, sobretudo, mensurado pelo valor registrado no contracheque.
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